quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

ORGULHO FERIDO...



Retrato de Adolf Hitler



Fernando Pessoa pediu num dos seus poemas: (...) "não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades"(...) - 

A verdade é que, grande parte dos males do mundo vem do orgulho ferido, podendo causar ressentimentos que podem durar uma vida inteira. Por isso, sejamos complacentes, compreensivos e evitemos críticas que possam ferir mesmo quem de nós gostamos mais... Há ocasiões em que dizemos coisas que magoam e depois de ditas, não é possível emendar... Tenho sido testemunha disso ao longo da vida. Eu própria terei ferido, inadvertidamente, até mesmo quem mais gosto .

Quando olho para trás, lembro-me de "saídas" infelizes que marcaram de certa forma até mesmo o meu "ego" ou o de outros e que trouxeram ressentimentos que perduraram no tempo. Hoje, para mim própria, procuro relevar tudo que não interessa e reservar as coisas boas, os incentivos e tudo quanto alimenta a minha fome de ser apreciada e de procurar corresponder àquilo que considero certo e me faz sentir bem comigo mesma. Desejo esse que será o de qualquer ser humano norteado pelo orgulho... o desejo de quem connosco se vai cruzando... o desejo de quem não se quer ferido nesse seu orgulho.

Ao longo da História da Humanidade, muitos foram os casos em que um orgulho ferido mal resolvido se transformou num mal que afectou milhões de seres humanos. Se não veja-se o caso de Hitler. Esse ditador do século XX que foi o reflexo de frustrações na juventude e arrastou a Europa e o Mundo para uma guerra sem quartel. Quem sabe se, o rumo da História não teria sido diferente, se ele não tivesse sido rejeitado aquando da sua pretensa entrada numa escola artística clássica, transformando-se então num artista minimamente realizado e utilizando a sua capacidade de liderança e apreciação da Arte para uma vertente mais construtiva?!...

Este terá sido um caso extremo e dramático. Mas quantos mais não terão ocorrido na história comum de homens e mulheres comuns que foram vivendo geração após geração. Pequenas "guerras" ou "desnortes" que estragaram vidas de homens e mulheres, famílias inteiras, populações... Observações pouco atentas ou até mesmo bem intencionadas, pequenos nadas que se transformaram em torrentes de sofrimento e incompreensão. Não pretendo ser moralista, mas isto faz-me pensar e desejar que possamos resistir à tentação de descarregar as nossas frustrações ou incompreensões sobre quem nos rodeia mesmo que sem intenção. Sim, isso faz mal aos nossos "alvos" mas também a nós mesmos quando já não há retorno...







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