A propósito de bancos de jardim li este poema de Lídia Borges que achei lindíssimo. É um banco por hora bem diferente do nosso. O nosso é novo; é um ponto de encontro com os que nos estão próximos ou temporariamente ausentes; são melros, rolas e pardais que nos visitam para além dos pombos. Mas, e um dia, como será?!... Velho, certamente, com muito para contar das alegrias e tristezas do presente, um ponto de saudade de quem hoje ali se senta e dos momentos aqui passados...
"Aquele banco de jardim, abrigado pela árvore
tem histórias p'ra contar.
Fala de pássaros, de ninhos, de meninos a brincar.
Fala de um velhinho
que reparte pelos pombos saquinhos de afeição:
migalhas da migalha à sua mesa.
São eles os seus amigos, é com eles que conversa.
Conta dos filhos ausentes, do lar, da solidão...
Depois vem o outono expulsar os passarinhos
Vem o inverno p'ra ficar eternamente...
Porém, uma manhã, de repente
os pássaros voltam a encher de vida os ninhos,
voltam os pombos, o sol e o riso dos meninos.
Mas algo se faz diferente, alguma coisa mudou.
À tarde, naquele canto sombrio, o banco jaz vazio.
O velhinho não voltou."
Que bonito poema Malay!
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